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Biografia...

Origens

Meus pais partiram de Recife - meu pai era jornalista - em direção ao sul do país. Eu nasci em Vitória do Espírito Santo onde vivi alguns anos. Depois moramos em Belo Horizonte e Salvador. Finalmente, meus pais voltaram para o Recife onde passei uma parte da minha juventude. Adoro Recife, cidade rica em história e capital cultural do Nordeste. Como minhas raízes são pernambucanas é natural que eu me considere pernambucana de adoção, uma identidade de sangue e de coração.

A Música

Na família da minha mãe todos tocavam um instrumento. Quando eu fiz onze anos ganhei de presente dos meus pais um violão e minha mãe me ensinou os primeiros acordes.

Eu cresci escutando, na vitrola lá de casa, Caymmi, Noel Rosa cantado por Aracy e Marília Batista e o Trio de Ouro. Na Rádio Nacional escutava tudo: Ângela Maria, Orlando Silva, Luiz Gonzaga, Marlene e Emilinha…

Foi na escola que cantei em público pela primeira vez. Eu tinha sete anos, era a festa dos dias das mães. A professora perguntou quem sabia cantar uma música para homenagear as mães, eu levantei a mão e fui cantar "Marina" do Caymmi. A professora me disse: "Você tem uma voz bonitinha, mas esta música não é uma música para o dia das mães"… Depois disso eu nunca mais parei de cantar…

MCP (Movimento de Cultura Popular)

No início dos anos sessenta eu fiz parte da juventude que participou da fundação do Movimento de Cultura Popular. E também das atividades educativas e artísticas desse movimento que eram organizadas para as populações carentes do Estado de Pernambuco. Fazíamos animações nos bairros populares da Capital e do interior. Foi nesta época que comecei a pesquisar o folclore, gravando, num gravador portátil, vários folguedos populares como o Bumba-meu-Boi, Cirandas, Nau Catarineta e Cocos. Todo esse trabalho e meu amor pela cultura popular vão ter uma influência determinante sobre minha carreira de cantora e compositora.

Ciranda

A Ciranda é uma dança de roda de adultos, originária da Zona da Mata de Pernambuco, distinta das danças de rodas infantis. É uma manifestação recente, pois, antes de 1961, ela ainda não era catalogada pelos folcloristas brasileiros.

Eu pesquisei a Ciranda no início dos anos 60 quando trabalhava no Movimento de Cultura Popular. Naquela época, gravei várias cirandas em Abreu e Lima. Mais tarde, em 1967, fui convidada para gravar meu primeiro disco (um 45 rotações) pelo selo Mocambo / Rozemblit. No lado "A" gravei uma seleção dessas cirandas, e no lado "B" uma composição de Geraldo Azevedo e Carlos Fernando, "Aquela rosa". O disco foi um sucesso. De certa forma eu contribui com esse disco para o conhecimento da Ciranda em Pernambuco.

Grupo Construção

Junto com Benjamin Santos, José Fernandes e Paulo Guimarães fundamos o grupo "Construção", um grupo de teatro moderno que misturava texto com música popular brasileira. Nosso primeiro espetáculo chamava-se "Cantochão, um espetáculo de Bossa Nova". Nessa época agitávamos a vida cultural de Recife, organizando festivais e montando peças musicais.

O Teatro

Antes de cantar profissionalmente eu fui atriz. Luiz Mendonça, que era o diretor do grupo de teatro do MCP, insistiu para que eu estudasse teatro. Assim entrei para o curso de Arte Dramática da Escola de Belas Artes de Recife. Como atriz, trabalhei em várias peças: A Inselença de Luiz Marinho produção do MCP, Os fuzis da Senhora Carrar, montada pelo Grupo Construção, Jornada de um imbecil até o entendimento, montada pelo Teatro Opinião do Rio de Janeiro, entre outras. Mas tarde, quando já morava no Rio, trabalhei como atriz em programas de televisão.

Teca & Ricardo

A dupla nasceu em Paris e gravamos nosso primeiro LP em 1973: "Musiques et Chants du Brésil". O produtor Moshé Naim - diretor do selo "Les uns par les autres" - nos viu cantar numa casa noturna que se chamava, "Casa do Chile e da América Latina" e que hoje não existe mais.

Com Ricardo gravamos ao todo sete discos: cinco na França e dois no Brasil, quando voltamos em 1979. Na França trabalhávamos com uma total liberdade de criação e os cinco discos que fizemos são obras pessoais e criativas. É um trabalho que adoro! Já os dois discos realizados no Brasil, depois que voltamos - Povo Daqui e Eu não sou dois - tem a influência dos produtores, um som do mercado da época e o clima que já anunciava a ruptura da dupla. Porém algumas canções como Gabriel,Aguaceiro e Velha Amizade tiveram sucesso de público.

Na Europa participamos de vários festivais internacionais: Festival de la Jeunesse de Zurich, Six heures pour l'Amérique Latine à Bruxelles, le Printemps de Bourges…

TVE Televisão Educativa

Em 1983, Fernando Lobo, que era diretor de programação artística da TVE, convidou-me para substituir Carmélia Alves como apresentadora do programa "Forró", um programa semanal de musica nordestina. Foi uma felicidade apresentar esse programa por onde passaram todos os grandes artistas da música do Nordeste

Mário Trezentos, 350 - O mundo musical de Mário de Andrade.

Esse trabalho iria me colocar no caminho certo da minha carreira. Quando voltei ao Brasil, depois de 10 anos passados na França, eu procurava minhas referências artisticas. Eu não me adaptava ao "show business" e tinha dificuldade em entrar nos moldes dos produtores da gravadora, que começavam a impor um repertório para o sucesso. Quando consegui sair do impasse onde vegetava a dupla com Ricardo, e depois do disco solo que fiz na Odeon, reconquistei minhas raízes musicais. O contato com os jovens músicos da Camerata Carioca assim como o trabalho sobre Mário de Andrade foi determinante. Eu comecei então a curtir as maravilhas da música chamada semi-erudita: modinhas, choros e sambas camerísticos.

Mário Trezentos, 350, foi um espetáculo montado pela Funarte em l983, com direção de Tulio Feliciano e projeto de Hermínio Belo de Carvalho para a comemoração dos 90 anos de Mário de Andrade. Tulio montou um espetáculo lindo onde danças dramáticas brasileiras (cheganças, bumbas-meu-boi, maracatus e pastoris), se misturavam com poemas, ora cantados, ora falados, sobre melodias criadas por compositores populares como D. Ivone Lara e Martinho da Vila. Os arranjos e a direção musical foram assinados por Maurício Carrilho. O espetáculo foi apresentado nas Salas Funarte de São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. Além do espetáculo, um disco foi gravado para a ocasião, com edição limitada. Hoje o disco é distribuído no Brasil pela Atração Fonográfica LTDA, Acervo Funarte.

 
 
 
 
 

 
 

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